quinta-feira, 3 de abril de 2014

ReMoved

Olá meu pips! :) Hoje, numa rapida aparição ao blog deixo-vos um miminho que achei muito tocante.
Agradeço à minha afilhada de coração (ou seja, à minha afilhada de praxe) por me ter apresentado este pequenino tesouro.

Aviso: preparem a embalagem de lenço XXL! E quem perceber inglês escrito pode ligar as legendas :)
 
 
 

ReMove

 
Ás vezes alguém te magoa tanto, que acabas por deixar de o sentir. Até que algo te faça sentir outra vez e então tudo volta. Cada palavra. Cada magoa. Cada minuto.
Como poderás entender de onde venho? Mesmo que perguntes, mesmo que oiças. Não te lembrarás da minha história... Não caminhaste pelo meu passado... Não viste o que eu vi.
O meu passado define-me. Esta é quem eu sou. Eu sou não vista, não ouvida, não querida. É isso que sou, se é que sou algo.
E parece que a mesma coisa que me segura me faz cair. O meu mundo parece estar virado do avesso e eu quero desaparecer. Nada é como era suposto ser e uma profunda tristeza preenche a minha alma.
Cada vez mais profundamente eu me ia perdendo e nada me conseguia animar. Presa na miséria da minha vida, perdida na tristeza da minha alma, incapaz de ver a luz, de sentir, de ter esperança, de sonhar. E eu senti que os mais negros da minha vida continuavam a chegar. As negras noites para a minha alma nunca paravam. Parecia que havia sempre escuridão e pesadelos e nunca havia dinheiro. E talvez perguntes "porquê?" Mas muitos de vocês nem sequer quererão pensar nisso e tentarão ultrapassar isso e tentarão sobreviver. E todas as outras coisas parecem tanto como nada comparado com a necessidade de ter as coisas mais importantes de volta. Como desejares ver o sorriso da tua mãe outra vez, ou ouvi-la a cantar aquela canção favorita que sempre te animava quando as coisas estavam todas bagunçadas, ou pelo menos poderes cuidar do teu irmão mais novo. Porque sabes que ele precisa de ti e que vai ficar assustado sozinho. E quem mais irá segurar a sua mão e sussurrar "vai ficar tudo bem" para ele? E quem o irá sussurrar isso para mim?
Eu sei já não há esperança para mim, que sou dependente, desesperada. Mas o que acontece quando aqueles de quem mais precisas não se importam com a tua existência? Já ouvi muitas promessas e todas soam ao mesmo. Mas espera e mais cedo ou mais tarde todas elas mostraram ser vazias.
O sol nasce todas as manhas. Mas sabes onde? Cada lugar é algures diferente. É difícil encontrar o este quando continuas sempre a mudar de local, mas ao menos ele vem. Ele sempre vem e eu dependo disso.
E devagar as estações mudam à minha volta. E parece que desta vez, talvez o mundo não me faça cair novamente... Os pés estão salvos e as raízes começam a crescer. Pequenos insectos de esperança se formam devagar tentando fazer com que confie nesta nova vida.
Desejo que alguém me diga que vai ficar tudo bem, até que um dia eu me sinta normal. Então não estarei sempre sozinha. E terei uma mamã que me abraçará e será forte por mim. Porque talvez não o consiga ser sozinha.
Este é o meu passado, a minha história. Não é minha culpa. Não é por minha causa e não tem de ser o que define o meu futuro. Eu sou capaz de ser amada e sou capaz de ser cuidada. E essa luzinha que resta faz toda a diferença. São essas luzinhas que me dão a esperança de que talvez um dia o meu Verão irá chegar.

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