quarta-feira, 12 de junho de 2013

CAPÍTULO II

Início da Mudança ↔ Final do 10º ano

Nesta minha quase-depressão, o que mais temia era cometer alguma loucura. E agora que penso nisso, apenas não o fiz por falta de coragem... Como poderia alguém que tem medo de enfrentar o mundo, ter coragem para se magoar a si própria ou até mesmo chegar ao extremo? Praticamente impossível! E ainda bem!
E foi no meio de toda a confusão e solidão que ele apareceu. Ou melhor, que a minha mente ligou e reparou nele. O que me fez acordar? Caracóis! Sim, o meu novo colega de secretária tinha o cabelo repleto de perfeitos caracóis - o meu grande fascínio!
Com a nova companhia (e o aumento da minha atenção ao que me rodeava) começaram então as piadas nas aulas, as "aulas de culinária" para fazer sopas do "Chef ✩" feitas com pedacinhos de papel, tampas de caneta, papeis de chicla e tudo o mais que ele arranjasse.
Para mim, por muito insignificante que tenha sido a nível emocional aquela paixoneta, foi a minha bebida rejuvenescedora a nível psicológico. Não foi correspondida - e agora digo "ainda bem!" - e sofri por isso, mas ele fazia-me bem, fazia-me rir e para mim isso já era suficiente.
Ele não sabe e nunca saberá, mas sem ele a S* não seria feliz como é hoje e provavelmente estaria numa imensa depressão ou algo bem pior! Agora que olho pra trás o que vejo? Um rapaz com a mania, cada vez mais 'azeiteiro', que se acha melhor que tudo e todos e que se gaba de qualidade que não tem. Mas olho para o passado com carinho. Não por ainda sentir algo por ele, mas porque mesmo com todos os defeitos ele foi o único a ajudar-me, a erguer-me, a arrancar-me sorrisos quando mais ninguém o fazia. Mesmo sem o saber, mesmo sem corresponder ao que sentia, ele ajudou-me a crescer e a fortalecer-me. Ele iniciou a minha luta para ser feliz e pela personalidade que hoje possuo. Ele fez-me querer ser melhor, fez-me lutar e mudar aquilo que não gostava. Ele, e a procura pela sua aceitação, fez com que eu vestisse a armadura e treinasse o arco e flecha como preparação para a guerra que nunca tive coragem de começar. Ele deu-me as forças para isso e sem ele não teria hipóteses de ter uma vitória.
Não falamos desde que nos separamos, no final do 11º ano, e sinceramente é o melhor. Neste momento iria-me irritar profundamente com todas as suas manias gabarolas. Mas mentalmente e através do blog agradeço ao Chef ✩ do fundo do coração!

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