domingo, 7 de outubro de 2012

a[M]or e [M]agoas da [M]ãe

Ás vezes o meu pai diz coisas sem pensar. Coisas que magoam, que abrem feridas nos nossos corações e que teimam em não sair, que teimam em deixar marcas e cicatrizes. Coisas pequenas mas que aos poucos, levam pequenos pedaços do meu coração. E isso tudo magoa-me tanto, mas tanto, que apenas quero correr para longe e chorar até a dor passar, até a memoria esquecer e até o coração curar. 
Quando fujo para o refugio do escuro do meu quarto, aparece o meu anjo da guarda, a minha mãe. E ela abraça-me e diz que vai ficar tudo bem e que vai passar, que tudo não passa de um momento mau e que ele já se está a começar a arrepender de tudo o que disse, apesar de não o demonstrar.
Num desses abraços interrompidos pelas minhas lagrimas perguntei-lhe como é que ela conseguia estar com alguém que era capaz de nos magoar tanto. Sabe qual foi a resposta dela?


"Amor... não sei como nem porquê mas amo o teu pai desde as suas qualidades aos seus defeitos, e nada nem ninguém no mundo, nem mesmo as palavras que cortam o coração em pedaços e os deixam espalhados por toda a alma, nem mesmo as que mais magoam, conseguem fazer com que eu o deixe de amar." 
E sorriu no meio das minhas lágrimas, pois aquele amor que ás vezes a magoava com palavras lançadas ao vento, por dentro fazia-a sorrir e sentir que todo o mundo era perfeito.

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